quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Boas novas e visão panorâmica

Até agora, sempre quando me perguntam a respeito do meu alemão nunca sei dizer ao certo se estava realmente melhor.
Talvez seja porque é difícil pra gente notar o progresso vendo as coisas de tão perto. Nenhuma criança percebe todo dia
que cresceu uns poucos centímetros.
Hj uma coisa muito legal aconteceu. Liguei pra uma amiga minha italiana com quem até então eu nunca tinha falado em alemão
apesar de saber que ela tinha o mesmo nível aproximadamente que o meu, e comecei com um how are you e nem tinha percebido e
já tava falando alemão. Depois de desligar foi que eu tinha me tocado.
Claro que isso não significa que eu esteja fluente. Longe disso.
Bom, obviamente que desde a minha última postagem aqui no blog muita coisa aconteceu. Conheci gente de mais de 15 nacionalidades
diferentes. Isso pra mim é muito legal. É difícil passar um tempo com pessoas do mundo todo, conversar com elas e manter certos
"preconceitos" e etereótipos que se tem das nacionalidades. Não nego, adoro os estereótipos, simplificam e facilitam
uma conversa. Até pq brasileiros sempre começam uma conversa tirando onda com a cara de alguém.
Como um exemplo, até americanos inteligentes e com alguma coisa na cabeça eu já conheci. Claro, todos estudantes universitários
que falam várias línguas etc. Isso obviamente é uma exceção.
Uma conversa bem interessante que eu tive foi com um alemão estudante daqui de Tübingen. Foi legal que como ele é novo,
estudante e mente aberta dava pra puxar o assunto Voldemort(o que não deve ser nomeado). Tava numa roda de umas 5 pessoas
E ele tava falando numa boa sobre II guerra, nazismo, judeus, situação atual da Alemanha, etc. Inclusive perguntei se
ele achava que a geração dele se sentia "culpada" pela merda que as gerações anteriores fizeram. Ele disse que não.
Os alemães a respeito de assuntos como imigração e estrangeiros são muito cuidadosos. Acredito que a maioria dos países europeus
mantém uma certa resistência e até discriminação em relação aos estrangeiros. Aqui eu tenho a impressão que eles são
compreensivos demais, liberais demais. Talvez pelo medo de serem julgados racistas, ou o que quer que seja.
Outra coisa legal, ou talvez nem tanto, é o fato de a gente se sentir perto de tudo que está acontecendo no mundo.
Sempre que eu via no Brasil matérias sobre o Iraque e Afeganistão nunca me passava pela cabeça o quão próximo isso é.
Pois bem, um dos americanos que mora perto de mim e que estudou no curso de alemão comigo tem um amigo com quem ele estudou
durante a High School que foi morto a pouco tempo na guerra. Esse é só um exemplo.
Imagino que diferentemente de vários outros países, aqui ser brasileiro é bom. Pelo menos, até agora a experiência foi
positiva e me lamento não entender mais sobre futebol.
Fui pra Oktoberfest de München (Munique ou seja lá como for o nome em português) a maior do mundo. Isso sim é bem estereotipado.
Um monte de gente bebendo em canecas de cerveja de 1 litor (digo logo que peguei uma) quase todo mundo bêbado (juro que eu não fiquei, apesar das fotos do orkut)
Como prova de que eu não fiquei Bêbo está o preço da caneca. EU$8,60. Ou seja, pra quem me conhece sabe que eu não bebi muito, dado o preço.
O engraçado é que no Brasil se atribui muito as brigas nas festas de rua à bebida. Pois garanto que o povo aqui bebe muuuuito mais
e eu não vi sequer uma. É aparentemente sem graça, mas é muito legal. Todo mundo tirando onda com todo mundo, gritando,
ninguém entende nada que o outro diz. Você senta na mesa e dentro de 5 minutos já é melhor amigo de todas as mesas ao redor.
O legal é que dá pra sentir um clima de comunidade nessas festas. Todos os alemães cantando as músicas típicas, paradonas e sem graã daqui.
Algumas são até boazinhas.
Minhas aulas começam dia 19. Finalmente, já tava lendo o Varian aqui pela falta de atividade cerebral intensa.
Por enquanto estou resolvendo a minha visita a Nicole. Talves amanhã. E vou de Carona. É. Aqui tem um site que
as pessoas colocam de onde pra onde vão e aí a gente entra em contato e vai junto. No Brasil isso é inimaginável.
Aqui já vi várias carona de mulheres que vão, sei lá, de Tübingen até Berlin, chega até umas 8 horas de carro, sozinhas
e mesmo assim oferecem carona.
Apesar de toda essa civilidade já vi muito alemão fazendo merda por aqui. Em Heidelberg mesmo os adolescentes encheram a cara e
ficavam quebrando um monte de garrafa de vidro pelo chão. Muuuuito vidro pelo chão, muito mesmo.
Ontem teve uma festinha, aniversário de uma brasileira que estudou comigo aqui. Os gringos acharam o máximo a gente dançando
forró e o Funk das armas de tropa de elite. Pense nuns gringo sem jeito.

Foi mal a demora pra essa postagem e o pior que quanto mais se demora pra postar mais se perde nos detalhes das coisas.

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