quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Explorando

























As aulas em Tübingen ainda não começaram. Nem as do curso de alemão, só na próxima semana, nem as da faculdade, somente em outubro. Já conheci mais gente do que eu esperava conhecer em tão pouco tempo. Entre suas nacionalidades estão: americanos, canadenses, italianos, espanhóis, belgas, colombianos, mexicanos, húngaros, etc.







Quanto às burocracias, eu as estou resolvendo aos poucos. Já abri conta no banco, me cadastrei na prefeitura, já resolvi tudo do alojamento, já comprei um celular de 20 euros já com 5 de crédito. Já fiz várias compras no supermercado, mas ainda não lavei minhas roupas nem cozinhei. Hahaha!!!







Entre as primeiras pessoas além dos brasileiros e dos alemães que eu conheci aqui estão uma italiana e um italiano. Ambos estudam filosofia e são muito gente fina. Dá pra tirar onda e pra conversar sério, dependendo da situação. É uma pena que o italiano não fale alemão, daí a gente só fala inglês perto dele. Ele é um dos caras mais engraçados que eu já vi e é um italiano extremamente estereotipado. O sotaque dele em inglês já faz a pessoa querer rir. Numa festinha que teve ele fez o macarrão e mandou todo mundo calar a boca pra rezar o pai nosso em italiano e em Latim. Sim, ele fala latim. Claro que foi pra tirar onda e todo mundo riu muito. O nome dele? Francesco Ferrari. Mais italiano impossível.







Nesses dias eu andei bem mais por Tübingen. Vi outros lugares bem bonitos que margeiam o rio Neckar. Tem uma praça que é na bifurcação do rio, ou seja, o rio passa pelos dois lados da praça dando uma sensação de ilha. As construções também são muito bonitas. As casas da cidade alta (tipo Olinda) têm cerca de 400 anos, tudo bem típico alemão. Já descobri também que alemães do sul e do norte são completamente diferentes. O pessoal do norte segue mais o estereótipo prussiano de alemão pontual, disciplinado, etc. Um alemão que mora no mesmo WG que eu disse que quanto mais ao sul menos se houve de Berlim e mais se houve de Roma, o sul é bem católico. Mas, isso era mais antigamente. Todos os alemães aqui até agora foram super amigáveis e sempre procuram ajudar. Eu tava no meio da rua com o mapa de Tübingen na mão procurando o birô dos estrangeiros pra me cadastrar na cidade. Daí uma mulher com um bebê na mão e outro no carrinho perguntou se eu queria ajuda e me disse onde era o negócio.







Agora, definitivamente a diferença de comportamento entre os latinos e os demais é perceptível. Somos muito mais fáceis de se lidar, conversamos mais, fazemos mais brincadeira da cara dos outros e pegamos intimidade muito mais rapidamente. E os demais acham isso o máximo. Eu e Túlio dançamos a coreografia da música (pintei o meu cabelo me valorizei, entrei na academia eu malhei, malhei) um brega aí pra quem não conhece e os americanos disseram: “amazing”.







Como eu disse, a cidade está toda em obras. Conversando com o alemão daqui ele me disse que era por causa da crise, pra empregar gente, e por causa das eleições que são no fim de setembro agora. Ele reclamou que toda eleição é a mesma coisa, as prefeituras se danam a fazer obras pra mostrar serviço. É, eu disse que lá no Brasil também era assim. Ele disse que político era tudo igual... antes realmente fosse.







De vez em quando eu vejo umas passeatas pelas ruas, de longe. Uma das conversas mais engraçadas que tive aqui foi um tirando onda do presidente do outro. Detalhe: era um brasileiro, eu; um italiano, Francesco; um americano. Imagine os presidentes que eram a comédia? Claro, Bush e Berlusconi. Dois malucos, aí Lula num faz nem cócegas. Um dos americanos que eu conheci não era estúpido e isso me surpreendeu muito. Acho que porque ele é de família irlandesa. Bom, digo isso porque, juro, uma americana perguntou se eu morava em Buenos Aires. PQP!!! Já fui pros EUA algumas vezes e posso dizer que, de modo geral, eles são sim estúpidos. O nível intelectual de um europeu e de um americano é sensivelmente diferente. Mais uma vez, de modo geral.







Continuo usando esporadicamente a conexão de alguém que eu não sei quem é, que às vezes pega, às vezes não. Só vou conseguir uma conexão decente depois da minha matrícula.







Geralmente quando saio com o pessoal e volto tarde eu volto a pé, quase toda noite de madrugada. Ninguém na rua, o cenário mais macabro e nem sinto medo. É uma sensação ótima essa. Ando muito por aqui, pois ainda não tenho o tíquete de ônibus de estudante que é bem barato. Aí tem dia que eu ando bem umas duas horas, é um bom exercício.







Bis bald!




quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tübingen

Minha viagem à Tübingen não foi lá muito agradável. O peso que eu tinha que carregar era insuportável, mesmo para mim, pessoa de 20 anos, homem, de 1,84cm e saudável. Com certeza, apenas uma das malas tinha mais de 50 quilos, além dessa um mochilão e uma bagagem de mão que também não estava nada leve. A razão desse peso é nada mais que mais de 10 livros que eu trouxe, outros que eu comprei na Inglaterra, sapatos, meu número não é pequeno, etc... E vale salientar que entre esses livros estão o Gujarati, Varian, e Chiang, daí se pode ter uma noção do peso.
Pois é, a viagem foi de 4:55 do dia 1 de setembro. Foi de Buxtehude, cidade de Nicole, para Harburg- cidade perto de Hamburg- daí até Stuttgart e, enfim, de Stuttgart pra Tübingen.
Resolvi umas coisas burocráticas, demorou mais de três horas, num alemão medíocre, e enfim cheguei no meu quarto. Até então sem condições de mandar e-mail ou telefonar. Arrumei algumas coisas no quarto, maior do que eu tava pensando, e simplesmente caí na cama. Eu tava tão cansado que nem percebi que eu dormi. Sério mesmo, cheguei a passar mal na estação de Stuttgart sem agüentar carregar o peso das malas. Tanto é que nas escadas eu carregava primeiro todas as malas e depois eu carregava a última, com os livros. Não tinha condições. Vale salientar, com certeza vale, que andar do meu quarto é o 3º. PQP carregar mais de 50 quilos nas costas por três andares, quase infarto, cheguei no último andar parecendo que tinha entrado numa piscina.
Pois é, o clima aqui num ta muito diferente de Recife não. Já chegou a dar mais de 30º graus durante o dia. Hoje eu conheci parte da cidade, abri uma conta, e resolvi tudo em alemão mesmo. Estou feliz com isso. Pena que ainda não achei o cabo pra conectar na internet nem consegui a senha para conexão. Todo estudante tem direito a uma senha, mas como eu as aulas só começam em outubro, ficarei sem internet.
Meus vizinhos, ou roomates, são gente fina- pelo menos até então. Fiquei satisfeito com uma coisa, até então, todos que eu conheci, três, são alemães, e os outros dois ainda estão pra chegar. O problema é que desses três, dois fumam feito caipora. Mas já me ajudaram em diversas coisas por aqui.
Meu WG (Wohngemeinschaft) é legalzinho. É conhecido como “die grüne WG” o WG verde, pois é todo pintado de verde exceto os quartos. WG é o nome alemão pra acomodação comunitária ou algo assim. No espaço comum tem fotos dos antigos moradores, desde 2004 acho. Meu WG é uma das maiores provas de que o comunismo não funciona. O quarto de cada pessoa individualmente é até arrumadinho, mas os espaços comuns... Na verdade nem a cozinha nem o corredor são muito apresentáveis. São roupas, colchões, sapatos, tudo espalhado. O banheiro, por incrível que pareça é bem organizado e limpinho.
Uma coisa engraçada é que eu recebi um livrinho com as dicas sobre a universidade e tal, tudo auf Deutsch, mas tudo bem. Numa das primeiras páginas tem o telefone e endereço do AA. É AA em alemão mesmo. Comprei algumas coisas que me sustentarão por uns dias: manteiga; pão; leite; suco de laranja.
Apesar de eu não entender grande parte das coisas que falam pra mim quando eu estou na rua mesmo, eu consigo resolver. Quando eu falo com o pessoal do WG mesmo parece que é tudo mais fácil, pois é uma conversa menos formal e tal. Já cheguei até a conversar com um dos Roomates sobre o que os governos alemão e brasileiro estão fazendo diante da crise. É porque eu notei que em todo canto tem obras em Tübingen. Aí ele falou que era por conta da crise e blá, blá, blá.
Quanto a Tübingen, eu poderia dizer que é uma cidade maior do que eu esperava. Não é uma cidadezinha somente com estudantes e vazia durante o verão. Não, é uma cidade com tudo mesmo. Moro a umas meia hora, quarenta minutos a pé do centro. Já andei por grande parte da cidade antiga. Castelo, prefeitura, etc. Apesar de ser uma cidade muito legal, não pude deixar de notar que é uma cidade muito pichada. Tem pichação em todo canto, até em árvore. Isso deixa a o lugar menos bonito. Fora que esse mês vai ter eleições aqui na Alemanha, aí ta todo canto cheio de cartazes e tal.
À noite assisto algum DVD que eu trouxe, leio algum dos livros, converso com o povo, tomo café e durmo. Meu horário ainda está no horário de preguiçoso, ou seja, meio sem hora.