sexta-feira, 26 de março de 2010

Munique

Essa é outra observação minha como estudante de economia sobre um fato histórico. Achei muito massa e resolvi escrever um textinho sobre o assunto.


Em momentos de crise econômica, as pessoas se comportam de forma diferente do “normal”. As pessoas perdem a confiança no mercado e compram menos. Comprando menos, os consumidores fazem com que o rendimento das lojas diminua. Com os rendimentos decrescentes, as lojas só têm como alternativa demitir. Ao demitir, ainda menos pessoas comprarão nessas lojas, fazendo com que esse ciclo continue.

É em um cenário como esse que os governos geralmente se tornam mais intervencionistas. No momento de crise, o governo deseja que os consumidores voltem a comprar e que eles saiam às ruas para movimentar a economia e assim as lojas voltem a contratar. A fim de movimentar a economia, o governo lança pacotes de incentivo, fazendo o ciclo voltar a girar favoravelmente. Recentemente, vivenciamos uma crise e uma das notícias mais veiculadas no início era a dos pacotes de incentivos bilionários que o governo americano anunciava.

Muito dessa ideia intervencionista em momentos de crise, que faz o governo iniciar obras e gerar empregos, é atribuída ao economista John Maynard Keynes. Muito antes de Keynes, entretanto, houve uma crise que foi combatida de uma maneira bem peculiar. A crise econômica em questão é a crise gerada pela peste negra. A doença assolava a região da Bavária, sul da Alemanha, e muitas pessoas morreram. O mercado não funcionava mais, as pessoas raramente saíam para trabalhar. Os fabricantes de barril de cerveja não tinham mais empregos, pois ninguém mais saía para beber a bebida tradicional. Era uma situação calamitosa.

Então o governo da época teve a ideia de contratar os trabalhadores das fábricas de barris de cerveja, entre outros profissionais, para dançar na rua. A intenção era fazer com que os moradores vissem os homens dançando e voltassem a ficar economicamente otimistas. Se havia gente dançando no meio da rua era porque a peste não ameaçava mais, se a peste não ameaçava mais, as pessoas poderiam voltar ao trabalho e ao mercado. Além de atuar no sentido do otimismo dos moradores, contratar os “dançarinos” foi também importante para aumentar a demanda local. Isso significa que o governo da época criou um déficit fiscal para que as pessoas tivessem dinheiro para gastar no mercado e reativar a economia.

Uma demonstração desse episódio acontece todo dia no relógio da prefeitura de Munique, capital da Bavária. Os Schäfflertanz são um símbolo do que aconteceu e até hoje são relembrados e comemorados.

Para ver os Schäfflertanz dançando, basta acessar os links abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=mfXFKfNnKAc

http://www.youtube.com/watch?v=xzryqXrlxzk&feature=related

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