Após a primeira guerra, a inflação na Alemanha chegou a níveis nunca antes vistos. Este país seria então um dos primeiros a lidar com esse mal. As consequências dessa hiperinflação são econômica e historicamente perceptíveis.
Os esforços dos países que estão sob os efeitos da hiperinflação chegam a sacrificar vários outros setores da economia. A fim de deter a inflação, o governo corta gastos. Isso significa que menos dinheiro é gasto em saúde, educação, segurança etc. Os juros são forçados para cima para que as pessoas comprem menos e consequentemente invistam menos. Em um país com uma inflação muito alta, o ambiente para a realização de negócios torna-se desfavorável devido, entre outras coisas, a incertezas.
A fim de ilustrar o problema, há o caso da Alemanha, que em 1913 tinha o valor de toda a moeda circulante 6 bilhões de marcos. Em novembro de 1923, o preço de um pão em Berlim chegaria a 428 bilhões de marcos. Valia mais a pena se aquecer queimando o dinheiro do que tentar comprar lenha com ele.
Sabendo desses malefícios da hiperinflação, a Alemanha nazista iniciou uma operação de guerra estranha, porém muito inteligente. O alvo era a Inglaterra, pois era o mais forte inimigo alemão, tanto militar quanto economicamente. A libra esterlina era uma das moedas mais importantes do mundo e a Inglaterra era a potência europeia com condições de conter os avanços nazistas.
Foi nesse contexto que se iniciou a operação Bernhard. Os nazistas reuniram uma equipe de vários profissionais como gráficos, artistas e principalmente falsificadores de dinheiro presos em vários campos de concentração, a maioria judeus. Essa equipe chegou a ter perto de 150 membros. Esses experts foram mandados juntos ao campo de concentração Sachsenhausen para falsificar a libra e posteriormente o dólar. A idéia era arruinar a economia inglesa. Os aviões da Luftwaffe (força aérea alemã daquele período) sobrevoariam a Inglaterra e jogariam as libras falsificadas. Os nazistas acreditavam que os ingleses usariam esse dinheiro para comprar normalmente e com isso iriam inundar a economia inglesa de dinheiro falso, gerando hiperinflação.
A operação Bernhard chegou a produzir mais de oito milhões de notas com um valor de mais de 130 milhões de libras. A qualidade do dinheiro falsificado era tão alta que o próprio banco da Inglaterra reconheceu a dificuldade de diferenciar notas falsas e verdadeiras. O dinheiro não foi lançado de aviões da Luftwaffe sobre a Inglaterra, pois se alegou a falta de aviões para esse fim, mas sabe-se que o dinheiro foi usado para financiar agentes alemães no exterior. Amostras de notas de dólar também foram impressas, mas apenas um dos lados chegou a ser falsificado. O fim da guerra veio antes que se conseguisse falsificar o dólar por completo e com tanta perfeição como conseguiram fazer com a libra.
Esse caso foi levado também às telas de cinema e em 2008 o filme “The Counterfeiters” levou o Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme conta a história de um judeu falsificador que é preso pelo regime nazista e então é levado ao campo Sachsenhausen para trabalhar na operação Bernhard.
Para ver o trailer do filme “The Counterfeiters”, basta acessar o link abaixo:
pois acredita que ainda não fui lá??
ResponderExcluirpróximo sábado vou lá sem falta. teu texto me empolgou bastante para isso.
igualmente, brecht! não para a parte que você diz que vai no sábado... hahaha
ResponderExcluirvi esse filme ontem, em alemão se chama "Die Fälscher" e em português "Os Falsários", segundo o filme o Dólar só não foi falsificado porque uma das pessoas que trabalhava na Operação Bernardo sabotava a produção dele.
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